Liga dos Campeões: Sporting-M. United, 0-1



O Sporting entrou a jogar de peito feito, autoritário, como Paulo Bento tinha pedido, tirando proveito do muito espaço que o Manchester United ofereceu nos primeiros minutos. Com Cristiano Ronaldo e Nani bem abertos nas alas, Carrick demasiado recuado, Scholes e Giggs, apesar dos muitos anos de experiência, não conseguiam travar o futebol curto dos leões, com o losango a impor-se na zona central do relvado. Um tiro de Romagnoli, um «nó» de Moutinho sobre Scholes e um novo remate de Izmailov entusiasmaram as bancadas. No entanto, o aparentemente domino dos leões não se reflectia em reais oportunidades de golo, uma vez que, lá atrás, a equipa de Old Trafford estava bem organizada e não cedia espaços.
Com a Roma em vantagem sobre o Dínamo Kiev, o nulo de Alvalade interessava pouco às duas equipas e, talvez por isso, o jogo começou mais aberto e com menos cerimónias. Paulo Bento não demorou a trocar Izmailov, em noite de pouco acerto, por Vukcevic, enquanto, no lado do Manchester, Carrick subiu no terreno para se encostar a Miguel Veloso, soltando Scholes para o apoio ao ataque. Uma mudança que criou maiores desequilíbrios e não tardou a traduzir-se em golo. Rooney atraiu a defesa leonina para a esquerda, antes de combinar com Scholes que encontrou Wes Brown totalmente livre no lado contrário. Com tempo para decidir, o lateral cruzou com precisão para a entrada fulgurante de Cristiano Ronaldo que fugiu à marcação de Abel e bateu Stojkovic, em mergulho, de cabeça.

Um golo difícil de digerir. A equipa de Alvalade demorou a reorganizar-se, enquanto Paulo Bento arriscava tudo, abdicando primeiro de Romagnoli para juntar Purovic a Djaló e Liedson e, depois, de Ronny para reequilibrar o meio-campo com Bruno Pereirinha. Os leões passavam a defender com três, ficando Pereirinha e Vukcevic a fechar os flancos. Alex Ferguson, mais satisfeito, limitou-se a refrescar a equipa, trocando Rooney por Saha e Giggs por Anderson. Já com mais coração do que com cabeça, o Sporting investiu com o consentimento das bancadas. Tonel,de cabeça, obrigou Van der Sar a mais uma defesa de grau elevado, com Djaló a falhar na recarga. Neste quadro, Cristiano Ronaldo encontrou finalmente espaço na sua ala e quase que ofereceu o segundo do Manchester a Saha.

Ainda houve tempo para a uma enorme salva de palmas para Cristiano Ronaldo, rendido por Tévez, antes do apito final quando as bancadas ainda rejubilavam com a vontade que a equipa deixou em campo.



Mas, a verdade, é que Alex Ferguson não estava a gostar do que estava a ver e pediu aos portugueses do Manchester que se afastassem das linhas laterais para ajudar a equipa a recuperar a bola e o jogo tornou-se mais equilibrado. Só à passagem da meia-hora é que se voltou a sentir alguma emoção, primeiro num remate inesperado de Liedson que sofreu um desvio no corpo de Ferdinand e quase traiu Van der Sar que ainda conseguiu desviar a bola com a ponta dos dedos para a grande defesa da noite. Logo a seguir o primeiro calafrio em Alvalade quando Rooney escapou pela zona central e assistiu Nani na esquerda. Valeu Tonel que anulou o remate do antigo companheiro. Uma falha de Polga permitiu mais um arranque de Rooney, desta vez acompanhado por Ronaldo e Giggs. O central brasileiro redimiu-se e recuperou a tempo de anular o cruzamento do galês. Um livre de Ronny e mais um pontapé de longe de Romagnoli, levavam o Sporting para o intervalo com mais posse de bola (53%) e como a equipa mais rematadora, com nove remates contra três do Manchester.

Cristiano Ronaldo ficou surpreendido com a reacção que teve dos adeptos durante a partida, especialmente depois de ter marcado o golo: "Fiquei muito orgulhoso. Foi um sinal que me deixou bastante feliz".
O avançado comentou ainda o momento do golo: "Foi uma sensação espontânea. Não tem explicação, foi aquilo que se passou. Não festejei, limitei-me a fazer a vénia".

Nani, um dos jovens craques do Manchester United que nasceu para o futebol no Sporting, não escondeu que ter defrontado o seu antigo clube mexeu um pouco consigo. " Foi um sentimento especial. Foi muito bom voltar, ver o estádio cheio. Quis praticar um bom futebol", afirmou, acrescentando que não estava à espera de ser hostilizado pelos adeptos sportinguistas.
O n.º 17 do Manchester United também confidenciou o diálogo mantido com o amigo Miguel Veloso antes do encontro. "Agora vamos lutar, mas no final vamos nos abraçar". Ironicamente, Nani receberia um cartão amarelo por uma falta cometida justamente sobre Miguel Veloso. "Nem lhe toquei. Ele é que fez um grande filme. Mas se o Sporting jogar como sempre jogou hoje, acredito que passamos os dois à segunda fase", afirmou.

Carlos Queirós, técnico adjunto do Manchester United, considerou justa a vitória da sua equipa, mas enalteceu a exibição do Sporting e em particular a atitude dos adeptos leoninos, que não pouparam aplausos a Cristiano Ronaldo e Nani.
«Se considerarmos as duas grandes defesas de Van der Sar, dois bons momentos do Sporting, fica um bocadinho a sensação de que o resultado talvez não seja justo. Mas também tenho a sensação de que o Manchester United, no cômputo geral e principalmente depois da primeira parte, na qual o nosso objectivo foi frustrar o jogo de ataque do Sporting, a partir do momento em que começámos a alargar o nosso jogo começámos a dominar, a chegar mais vezes à baliza contrária e a criar mais oportunidades. Talvez não tivéssemos outra situação tão clara como aquela que o Sporting criou, mas tivemos muitas oportunidades na parte final», comentou Carlos Queirós.
E acrescentou: «Confesso que depois de ver Van der Sar fazer aquelas defesas possa ficar algum sabor amargo, porque na realidade o Sporting também fez uma grande partida. Foi um grande jogo de futebol, com as equipas um pouco prejudicadas pelo mau estado do relvado, mas a haver um vencedor, só podia ser o Manchester.»

Carlos Queirós viu assim o golo de Cristiano Ronaldo e a reacção dos adeptos leoninos: «Aquilo que aconteceu só prestigia a grandeza e a história do Sporting. Tal como eu tinha dito, os adeptos também queriam ver uma prestação digna e profissional dos seus ex-profissionais. Embora doloroso, penso que todos se sentem orgulhosos por dois ex-jogadores do Sporting terem feito duas grandes exibições. Cristiano Ronaldo na segunda parte e Nani, de uma forma equilibrada, durante os 90 minutos. Quero dar os parabéns aos adeptos do Sporting.»

Ainda hoje Reportagem da deslocação à Madeira!!!! Torcida Verde Loures ; Contactos : Tm: 912122740 , E-mail : torverloures@gmail.com

 
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