A Via Dolorosa de Paulo Bento

LIGA BWIN: 8ª JORNADA - NACIONAL 0 - 0 SPORTING CP
Depois do jogo de Roma, não esperava assistir a tamanho disparate como o foi este jogo na Madeira. Hoje, como em outros jogos anteriores nas competições nacionais, o Sporting CP de Paulo Bento voltou a demonstrar um pobreza fransciscana no que diz respeito a táctica de jogo.

De facto, um treinador que “acorda” aos 67 minutos com as coisas a correrem tão mal como corriam, não merece sair vencedor. Já toda a gente tinha visto onde estava o “problema” do Sporting CP.

Estava no meio campo onde se sentia a falta de Veloso muito recuado na defesa onde não tem a utilidade que tem no meio campo. Disso se ressentiu toda a equipa e até Moutinho, que enchera o campo em Roma, parecia um jogador banal.

A primeira parte foi qualquer coisa de inenarrável. O Nacional teve claro domínio do jogo e fez uma dúzia de remates contra dois do Sporting CP!

O Nacional conquistou vários pontapés de canto sem que o Sporting CP conseguisse um sequer! São estatísticas demasiado pobres para o Sporting e que mereceriam outra atitude do treinador, sobretudo mais atempada.

Apenas Vukcevic parecia inconformado, enquanto todos os demais viam o jogo passar.

Apesar de não te acontecido qualquer situação de “golo feito” na baliza do Sporting CP, a verdade é que a defesa leonina parecia abrir-se para deixar os nacionalistas passar.

Uma primeira parte que passará à historia como uma das piores de sempre do Sporting CP. Não me lembro de alguma vez ter visto o Sporting CP jogar tão mal.

Na segunda parte Paulo Bento substituiu, logo de início, Had por Ronny, ainda que aquele nem sequer tenha sido quem mais contribuiu para a má exibição e para os erros que o Sporting CP acumulou na defesa. Veloso, um jogador de grande qualidade no meio campo, não passou de um mau defesa, cometendo diversos erros impróprios de si. Mas não era dele a culpa de estar fora do seu lugar.

O meio campo do Sporting CP era um sector desencontrado que não conseguia nem conter o jogo adversário nem construir jogo para o seu ataque.

Na segunda parte, as coisas recomeçaram à maneira da parte anterior, com o Nacional a jogar como queria e criando sucessivos problemas à defesa sportinguista.

Apenas aos 67 minutos Paulo Bento faz duas substituições capazes de mudar as coisas.

Sobretudo Pereirinha veio dar outra vida lá na frente onde “arrumou” a casa. Teve, até, jogadas que só não tiveram melhor seguimento porque os seus colegas o não acompanharam devidamente.

Purovic, mesmo sem ser, uma vez mais, um jogador determinante, deu mais trabalho à defesa nacionalista que foi obrigada a recuar.

O Nacional poderia ter marcado numa jogada em que um dos seus jogadores ficou isolado em frente de Stojkovic e, não fora uma saída decidida deste, a derrota poderia ter sido o desfecho do jogo.


Pela sua corpulência, Stojkovic é um guarda-redes que poderia ter evitado aquele segundo golo em Roma, tal como, pela decisão nas suas saídas, poderia não ter permitido a situação que originou o primeiro dos romanos.

Reagir e tomar conta do jogo aos 70 minutos é uma displicência inaceitável e incompreensível. Uma vez mais nos parece errada a táctica de dar avanço ao adversário. Paulo Bento não costumava ser assim. Agora insiste neste erro. Porquê?

Comparando com o “bridge”, jogo de que se diz haver muitos lordes no fundo do Tamisa porque não “destrunfaram” a tempo, a táctica do Sporting CP é suicida e conduz Paulo Bento e o Sporting CP nesta “via dolorosa” que estão a percorrer e percorrerão se não acontecerem mudanças decisivas. No balanço das virtudes e dos defeitos, a teimosia é uma atitude quase sempre mal sucedida.

É certo que, a partir dos 70 minutos, o Sporting CP pressionou de tal modo que o golo poderia ter acontecido por duas ou três vezes. Mas os jogadores do nacional já estavam muito motivados e superaram-se, sobretudo o seu guarda-redes que fez extraordinárias defesas, uma das quais mesmo ao soar do apito final.

O Sporting CP tem cometido demasiados erros grosseiros nos últimos jogos em cujos resultados eles foram mais determinantes do que o mérito dos adversários.

Não vai ser fácil dizer que o Sporting CP continua a ser candidato ao título de campeão quando já deu para os adversários tamanha vantagem.


Para enfrentar o período muito sobrecarregado que se aproxima, alguma coisa de muito determinante deverá ser feito para recuperar este Sporting CP e torná-lo igual ao Sporting CP que todos sabemos que pode ser

fonte centenario sporting