porque nao somos campeoes

PENSAMENTOS LEONINOS 60 - PORQUE NÃO SOMOS CAMPEÕES
Pensamentos leoninos 60
Porque não somos campeões
Ainda que o tenha merecido, o Sporting não conseguiu que a aposta feita nesta época resultasse completamente no que diz respeito a títulos conseguidos. Mesmo assim, o excelente segundo lugar que alcançou na 1ª Liga de futebol profissional, com todo o mérito, é um prémio mais do que justo para a política de verdade que o Sporting resolveu por em prática nos investimentos desportivos. Apostando no que é costume chamar “prata da casa” conseguiu, a um tempo, gerar uma equipa técnica e uma equipa de futebol de grande qualidade o que, naturalmente, não se consegue tão depressa quanto se desejaria. Tudo tem o seu tempo de crescimento e de maturação, tanto no aspecto físico como no psicológico. E o processo estará ainda longe de se encontrar concluído, mesmo quando se diz ser já a do Sporting a melhor equipa portuguesa, recheada de talentos muito jovens e, por isso, com grande margem de evolução.Não é nada fácil para um jovem sentir-se seguro quando se confronta com jogadores maduros, experientes, fisicamente mais fortes e que sabem aproveitar-se da sua ainda inevitável ingenuidade. Uma certa sensação de inferioridade e o medo de falhar são estados de espírito perturbadores e inibidores, comuns naqueles a quem a falta de experiência não permite sentir-se confiante.A grande qualidade dos nossos jovens é uma evidência que as exibições feitas comprovaram. Porém, quer no aspecto físico quer, sobretudo, no aspecto psicológico ainda tem bastante para evoluir.Os jogos em casa, tradicionalmente um factor de vantagem, chegaram a parecer o calvário em que iam ser crucificados porque, muitas vezes, os adeptos não compreenderam o que estava em causa e, em vez de apoio, fizeram-nos sentir-se criticados pelas mais diversas razões, por vezes por coisas menores, daquelas que sucedem mesmo aos mais experientes. Foi em casa que os desaires maiores aconteceram. Foi em casa que sentimos o travo da derrota que não sofremos em casa alheia, talvez porque foi em casa que os “miúdos” se sentiram menos seguros pelo medo de falhar.As críticas de que eram alvo, manifestadas por assobios e vaias ruidosas, tiveram um efeito pernicioso, desmotivante e impeditivo da serenidade indispensável para que certas situações negativas de jogo fossem superadas. Talvez uma oportuna intervenção pudesse ter mudado as coisas mais cedo e alguns desaires tivessem sido evitados. Também todos nós tivemos de aprender a lidar com a gestão do futuro, tivemos de aprender que o futuro se constrói com esforço que pode ser doloroso e sem recompensa imediata. Resultados houve que eram impensáveis, apesar de toda as surpresas em que o futebol é fértil. Perdemos muitos pontos preciosos. O factor casa foi, por tudo isso, um factor negativo inesperado, ao qual em certa altura acresceram factores de desestabilização externos que pressionaram alguns jogadores.A denúncia das perturbações por inimigos do Sporting!Corrigida a atitude dos adeptos e serenados outros ânimos, as coisas mudaram radicalmente pela confiança sentida pelos nossos jogadores que passámos a apoiar incondicionalmente para que dessem o melhor de si, tudo de quanto eram capazes. E era muito. Mais até do que estaríamos à espera.E apareceu o “bólide” que acelera rapidamente e marca golos muito cedo, quando o adversário ainda nem se deu conta do perigo que o espera. O Sporting não “estuda” o adversário, enreda-o na sua teia de passes e acontecem os golos rápidos que se tornaram numa característica desta equipa que aprendeu, também, a controlar o jogo sem displicência e, deste modo, sem riscos, quando é preciso dosear o esforço.Como foi diferente este final de campeonato em que ninguém, em cada confronto, duvidava da nossa capacidade de vencer. Foi o melhor em muitos anos e corresponde a uma sequência de resultados verdadeiramente notável.Melhor teria sido ainda este final de campeonato se não fossem certas outras coisas que sucederam, entre as quais aquele golo descarado com a mão no Sporting-Paços de Ferreira que o árbitro validou e a atitude do árbitro no Leiria-Sporting que apenas as CD da Liga e o CJ da FPF conseguiram entender e justificar. Esta foi mais uma prova da inimputabilidade dos juízes que se pretendem infalíveis e ninguém ousa contrariar. Preferiram aqueles órgãos criar o precedente de relevar um erro grosseiro evidente e bem documentado, conferindo aos árbitros a possibilidade de, sem serem denunciados, transformarem uma mistificação numa “realidade” que não foi e, deste modo, poderem interferir, impunemente, nos resultados. Um caminho que continua aberto para uma cada vez maior descredibilização deste desporto industrializado. É só continuar a seguir por ele pois parece não haver “apito” que lhe ponha fim.Só nestes dois casos ficaram perdidos 4 pontos que nos fariam, agora, campeões destacados. Nem precisaríamos de tanto porque apenas um ponto nos ficou a separar do campeão para o qual se abriram todas as portas, sejam quais forem as dificuldades (?!) a que o treinador do Porto se referiu na comemoração da vitória.Que tudo isto não seja esquecido porque é sábio aquele que recorda os erros. Os que cometeu para os não repetir e os dos outros para deles se prevenir!Foi um final de época à leão, em que a esperança só morreu no fim. Leões foram técnicos e jogadores, dignos de muitos outros milhares de leões que encheram estádios para lhes transmitirem o apoio que fortalece o ânimo e torna ainda maior a alegria de vencer.Tanta coisa o “professor” Neca esclareceu quando disse que não queria que a sua equipa baixasse de escalão, mas que também não queria estragar a festa ao Porto, o campeão em título que seria, afirmou, o novo campeão! Foi uma daquelas aulas de cátedra que será difícil esquecer pela filosofia que contém, mesmo quando outro professor lhe responde que os seus interesses são demasiado elevados para se preocupar com os dele.


fonte www.centenariosporting.com